Eslovênia. Viajando de bicicleta de Nova Gorica a Jelsane, passando pela capital Ljubljana e a bela caverna de Postojna (For other languages, please use the website or browser translator).

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Nossa passagem pela Eslovênia foi rápida, visto que o país é pequenino e entramos pela Italia sentido Croácia. Visitar o Soca Park passou pela nossa cabeça, mas estava muito ao norte de onde entramos e como passaríamos pela Postojna Cave, que também é um parque nacional bem interessante, seguimos sentido Ljubljana para conhecer esta charmosa capital e depois fomos sentido sul para cruzar a fronteira com a Croacia.  O trajeto todo foi de cerca de 180 km apenas e gostamos bastante de pedalar por lá, as estradas eram boas, sem tanto tráfego, as áreas rurais apresentavam belas paisagens e a capital possuia ciclovias e centro histórico interessante. É um país pequeno e pouco povoado, cheio de natureza e vilarejos bem pequeninos pelos caminhos. Tem seu relevo um pouco mais montanhoso e com alguns ursos vivendo nas florestas no topo destas montanhas.

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A língua eslava é bem dificil e não tem relação com as línguas latinas. O alfabeto é o mesmo com alguns nuances de uns acentos estranhos em consoantes, mas a pronúncia é bem diferente e não entendemos nada, hehehe.

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Da cidade fronteiriça de Nova Gorica seguimos sentido Ljubljana, procurando um lugar para acampar próximo a cidade de Logatec.

Na Eslovenia é proibido acampar selvagem, com multa que pode variar de 40 a 500 euros. Então antes de acampar selvagem nestes casos, sempre buscamos outras opções como hospedagens solidárias (couchsurfing e warmshowers) ou algum camping mais barato, o que é difícil na alta temporada. Na pequena cidade de Logatec uma moça nos informou que havia um lugar para acampar por lá. Chegando no lugar, que era um camping municipal com bar, quadras de esportes e uma área de camping a recepcionista nos informou que o camping não estava em funcionamento pois eles estavam melhorando os banheiros e portanto não havia ducha, mas que poderíamos acampar por lá gratuitamente. Sem titubiar, armamos nossa barraca em uma sombra e já que economizamos dinheiro de hospedagem, tomamos um sorvetinho. Apesar do movimento durante o dia, a noite foi bem tranquila e um outro casal de cicloviajantes chegou e também acampou por lá.

Na capital da Eslovenia enviamos vários pedidos de warmshowers e couchsurfing sem sucesso. Os hosteis estavam caros e a opção foi ficar em um camping a uns 5 km do centro da cidade. O lugar era bom mas estava super lotado e caro devido a alta temporada de verão. No camping conhecemos outros ciclo viajantes, inclusive um casal viajando de tandem também. A cidade é pequena, com ciclovias que facilitam a entrada e saída pedalando e cheia de história e atrativos. Descobrimos um “free tour” e com ele conhecemos os principais pontos turísticos. Ainda visitamos o castelo de Ljubljana e um bairro bem diferente e alternativo, tudo isso em um dia de passeio. Gostamos de conhecer a capital do país. Valeu a pena a visita.

Da capital começas a ir sentido sul por estradas menores. A rede de pequenas estradas paralelas e rurais é menor do que na vizinha Italia, mas o tráfego se concentra principalmente na highway.

Na região montanhosa de Cerknica começamos a procurar lugares para acampar selvagem e então achamos um lugar que parecia muito bom até repararmos nesta placa na árvore. Bom, achamos melhor continuar procurando um pouco mais pra frente. Saímos por uma estrada de terra e encontramos um lugar muito bom para acampar, mais alto e escondido. Pertinho, ao lado da estrada havia uma fonte natural com dois canequinhos para quem quiser beber água, simplesmente um convite para acampar por alí.

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A noite veio a maior tempestade, logo entramos na barraca, preparamos nosso jantar e fomos nos deitar. A Flavinha demorou para dormir pois estava com medo dos ursos e qualquer barulho ela ficava mais dura que uma pedra de tanto medo. A chuva aumentou e quando ela se acalmou em relação aos ursos, o número de relâmpagos e raios que caiam estava cada vez mais assustador. Comecei a explicar que estávamos baixos, que estávamos isolados do chão pelos nossos isolantes e sacos de dormir, mas mesmo assim eu também estava um pouco tenso com a quantidade de raios, cada vez mais próximos, foi então que caiu um raio na árvore ao lado da barraca, tomamos um susto enorme com o clarão e barulho de explosão que foram muito fortes, o medo de sermos comidos por ursos passou na hora. Eu inclusive falei: “Bom, pelo menos agora tenho certeza que nenhum urso vai se aproximar”, com aquele medo contido de sermos fritos pelos raios. A tempestade passou e finalmente conseguimos dormir.

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A manhã seguinte estava com uma fina garoa e seguimos sentido a caverna de Postojna, um lugar que queríamos muito conhecer.

Esta caverna tem 24 km de extensão, é a segundo maior sistema de cavernas da Eslovenia e uma das maiores da Europa. Foi formada pelo rio Pivka a milhões de anos atrás, mas descoberta apenas no final de século XVIII. Havíamos visitado a Caverna do Diabo no começo de nossa viagem no Brasil e já tínhamos achado algo espetacular, agora esta caverna na Eslovenia é uma versão maior e mais incrível ainda, é enorme e riquíssima em espeleotemas. Ficamos fascinados com tanta beleza. Um ponto negativo na nossa opinião é que o lugar se transformou em algo super comercial e muito turístico, com centenas de pessoas visitando, filas enormes e preços salgados, mas mesmo assim ainda achamos que valeu a pena pedalar uns 30 km até chegar lá, esperar 2 horas na fila embaixo do sol, pagar um ticket caro para nosso orçamento modesto e depois pedalar até outro lugar para acampar. É bonito demais o lugar.

Depois de um longo dia visitando a Caverna de Postojna estávamos cansados e com as roupas molhadas, o que nos desanimou em procurarmos um lugar para acamparmos selvagem. Fomos então a um camping que ficava a cerca de 5 km da caverna. O camping era cheio de natureza e com uma configuração bem diferente para as barracas. Estava bem movimentado, mas mesmo assim encontramos um bom lugar para colocarmos nossa barraca, nossa rede e nossas roupas para secar. No mesmo dia vários outros cicloviajantes passaram por este camping também.

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Antes de sairmos da Eslovênia não poderíamos deixar de provar as cervejas locais mais populares por lá, a Lašco e a Union. No final de um dia quente, desceram redondas… hehehe.

No nosso último dia no país, seguimos sentido Croacia e próximo a fronteira paramos em um parque militar para aprendermos um pouco mais de história e tentarmos entender sobre a guerra e dissolução da ex-Iugoslávia. Tudo isto ainda é muito recente na vida dos povos desta região e é um assunto delicado e que mexe muito com eles. .

A Eslovenia é um país pequeno cheio de natureza, belas paisagens e super seguro. Gostamos de pedalar por lá, a única coisa que sentímos falta foi um contato maior com pessoas locais, mas passamos poucos dias no país, em época de alta temporada de férias e acreditamos que isto influenciou um pouco também.

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Cruzar a fronteira com a Croácia foi tranquilo. Saímos no nosso dia 59 na zona de Schengen, com 31 dias para gastarmos na Grécia, que viria alguns meses adiante.

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