Grécia. Viajando de bicicleta por lugares históricos, dormindo em belas praias, comendo comidas saborosas e conhecendo muita gente de bom coração. (For other languages, please use website or browser translator)

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A terra dos deuses mitológicos e das praias paradisíacas nos surpreendeu por outras coisas além destas e a principal de todas foi a hospitalidade de seu povo. Adoramos nos aventurar por este país, as pessoas que conhecemos pelos caminhos deram um tempero todo especial a nossa viagem.

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Pedalamos cerca de 1000 km predominantemente pela porção costeira, como que circundando o continente, outros cerca de 180 km de carro (ida e volta) para visistarmos a cidade histórica de Meteora e 150 km de trem da cidade de Larissa a Sindos, próximo a Thessaloniki, pois nosso período de visto na zona de Schengen estava acabando.

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Atravessamos uma fronteira pequena e pouco movimentada no litoral sul da Albânia, logo após o parque Nacional Butrint. Entramos na Grécia pela fronteira Konispol – Sagiada e recomeçaram a contar o período da Zona de Schengen, ou seja a partir deste momento teríamos no máximo 30 dias para ficarmos na Grécia. Logo estávamos margeando o Mar Jônico e poucos quilômetros após a fronteira avistamos uma área muito interessante para acampar beira mar, mas antes de entrarmos na estradinha que leva até lá havia uma placa com desenhos representando que era proibido acampar. Olhando melhor lá embaixo avistamos alguns motor-homes e decidimos descer para avaliar melhor.

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Chegando lá já haviam alguns alemães acampando, dois deles falavam bem o português pois moraram por 17 meses no Brasil, montaram seu motor-home lá e fizeram uma grande volta pela América do Sul. Fora de temporada as coisas são bem mais tranquilas com relação ao camping livre na Grécia e ficamos por lá mesmo, tomamos um delicioso banho de mar e montamos acampamento. No final da noite os alemães prepararam uma fogueira e todos se enturmaram.

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No dia seguinte tomamos café e empurramos a bicicleta morro acima até voltarmos para a rodovia. Seguimos sentido Igoumenitsa, uma cidade litorânea um pouco maior, onde paramos para almoçar e comprar um chip grego de celular. Aquele mar azul com praia de pedras claras deixava a paisagem muito interessante para pedalar. Encontramos uma praia bem tranquila chamada Paralia Paraskevi, perguntamos para algumas pessoas locais se poderíamos acampar por ali e eles responderam que não haveria problema. Logo montamos nossa barraca na beira do mar e aproveitamos o final de tarde nadando e curtindo o visual.

 

Como o clima ainda estava quente e as praias maravilhosas, escolhemos seguir sempre que possível pelo litoral sentido Atenas. Após a praia de Paraskevi , seguimos pela rodovia e depois nos embrenhamos por pequenas estradas até chegarmos a praia de Kalamaki, na região de Zalongo. Completamos 12000 km neste dia e acampamos nesta bela praia, claro que após vários mergulhos neste mar azul.

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A Grécia fora de temporada apresenta suas praias vazias de turistas e tudo ao redor fica com cara de cidade deserta. São comuns estes guarda-sóis de palha pelas praias e aproveitamos que não tem ninguém usando para fazermos nossos lanchinhos.

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Próximo ao vilarejo de Mytikas, havia uma área litorânea tipo um parque onde a população local passava o dia caminhando ou se banhando. Paramos a bicicleta e fomos nos divertir no mar também. No final da tarde tudo ficou bem calmo e tranquilo, praticamente sem ninguém passando. Armamos nossa barraca e ficamos sentados admirando um belo por do sol antes de entramos na barraca.

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Muito comuns por toda a Grécia, há igrejas ortodoxas miniaturas que são encontradas ao longo de rodovias e estradas, nos mais diferentes tamanhos e cores, e são na maioria das vezes homenagens a entes queridos que faleceram ou foram colocadas ali por sobreviventes de acidentes também. Algumas destas igrejinhas são tão antigas quanto as estradas onde se encontram.

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Há momentos de alegria na estrada, por exemplo quando você para pra fazer xixi na beira da estrada e encontra 5 euros no chão. Aconteceu apenas uma vez até agora, mas depois deste dia, os olhos estão mais atentos durante nossas paradas para descanso.

Já era final de tarde quando chegamos a um pequeno vilarejo praiano grego chamado Menídi, procurando um lugar pra acampar. Passando por um barzinho a beira mar, dois gregos que cantavam e tocavam nos chamaram. Assim conhecemos Christos e Adonis, que alegraram nossa noite com conversa engraçada, musica e cervejinhas. No final do dia, depois de varias cervejinhas, acabamos montando nossa barraca ali no estacionamento do barzinho e dormimos por la mesmo. No outro dia de manhã o Christos veio cedo se despedir de nós e nos presentear com azeitonas e pão produzidos por ele mesmo. Foi divertido.

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De Menídi seguimos até Preveza e então veio uma grande surpresa, nosso GPS nos enganou, não era possível fazer o caminho mais curto de bicicleta, pois é proibido passar de bicicleta pelo único caminho, um túnel subaquático”, que leva até o outro lado de uma grande baía. Fizemos então o caminho mais longo circulando toda a baía e no final da tarde nos vimos bem próximos a um lago bonito em frente ao vilarejo de Rívio. Era uma zona rural e o lago apresentava a sua volta uma grande área gramada, perfeita para um acampamento. Não tivemos dúvidas, seguimos até próximo ao lado e montamos nossa barraca nesta pastagem, tomamos um banho de rio e ficamos assistindo as ovelhas e cabras pastando por ali antes de cair a noite.

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Os viajantes de longo período muitas vezes tem pensamentos e idéias em comum. No dia seguinte paramos no pequeno vilarejo de Aitoliko procurando um cantinho para acampar que eu havia visto pelo GPS e Google Satelite. Busquei um lugar em um vilarejo pequeno, perto do litoral, em uma área um pouco afastada das casas e com uma área verde ao redor. Chegamos lá e perguntei a um pescador (Sr Georges) se era tranquilo acampar ali e ele disse que “Kanena problema” (Sem problemas). O lugar era sussegado e bonito. Montamos acampamento, passados cerca de 1 hora avistamos um casal de cicloviajantes, que teve a mesma ideia. Conhecemos Daniela e Milan, dois suiços super simpáticos que passaram a noite lá também e que futuramente reencontramos em Atenas. Nesta noite ainda tomamos um susto, acordados pelo barulho de algum carro dando cavalos de pau nas proximidades.

A Grécia tem vários trechos onde é possível pegar ferry boats para evitar longos retornos ou visitar algumas ilhas maiores.  Pedalamos até a cidade de Antírio e avistamos uma ponte enorme que cruza o Golfo de Corinto, como são proibidas bicicletas na ponte , pegamos o ferry boat sem custo para atravessar para o lado da cidade de Patras. Nesta cidade troquei o selim da bicicleta, pois meu Brooks velhinho estava muito ruim, e como achamos esta região muito urbanizada e movimentada para acamparmos, continuamos sentido Atenas até chegarmos a outro vilarejo praiano, Kiani Akti. Era um mini vilarejo com uma praia bem tranquila. Perguntamos a um pescador sobre acampar por ali e ele disse que tudo bem. Montamos nossa barraca embaixo de uma árvore e os únicos barulhos que ouvimos a noite foram alguns cães de rua e carros de curiosos que passavam bem devagar para ver quem estava acampando por ali.

O dia amanheceu com tempo muito bom e seguimos animados até a cidade praiana de Aigio onde paramos para comprar comida e procurar um lugar para acampar. Deixamos a bicicleta presa a um poste e quando voltamos o Sr Fotis, um simpático grego se aproximou e começou a conversar, logo nos convidando para nos sentarmos com eles e tomarmos um café. No final das contas conhecemos um incrível casal de gregos muito gente boa, Sr Fotis e Sra Mari, ele é mestre em estatística e sua esposa jornalista, nos convidaram para dormirmos em sua casa, nos contaram um pouco de suas vidas e histórias e nós fizemos o mesmo. Foi algo tão espontâneo e inesperado que de repente estávamos na casa deles, em uma cama super confortável e com direito a um super café da manhã no dia seguinte. Pessoas de bom coração.

Acampar selvagem é legalmente proibido na Grécia, por isso tentamos ser o mais discreto possíveis ou perguntamos aos moradores locais se podemos acampar por alí, fora da temporada de férias as coisas ficam um pouco mais fáceis. Depois de Aigio continuamos pelo belo litoral grego e acampamos praticamente dentro de uma área mais urbanizada, então procurei pelo GPS um lugar mais arborizado onde pudéssemos ficar mais escondidos. Encontramos um cantinho bem aconchegante em um pequeno parque, mas a noite veio rápido e quando percebemos já estava escuro. Ligar luzes chamaria muito a atenção ali e queríamos continuar discretos. Foi difícil encontrar nossas coisas, montar a barraca e cozinhar algo na escuridão, mas valeu a pena. Tivemos uma noite tranquila, sem curiosos ao redor e passamos desapercebidos por ali.

Adorámos encontrar outros ciclo viajantes e muitas vezes fazemos até uma busca ativa para ver se há alguém passando pelos lugares onde estamos. Depois de tanto tempo conversando pela internet com os cicloviajantes brasileiros Léo e Dani, do @betterwaybr , tivemos a felicidade de finalmente encontrá-los e conhecê-los pessoalmente na Grécia, no trecho entre Aigio e Isthmia. Este encontro foi super bacana e eles são pessoas cheias de energia e simpatia. Eles estavam em um camping em uma cidade por onde passamos e fizemos uma paradinha por lá a tarde para conhecê-los e depois de algumas horas seguimos viagem.

Acampamos em uma pequena praia no vilarejo de Isthmia e encontramos uma cabaninha abandonada perfeita para nos proteger do vento forte que havia neste dia, mas como nossa barraca é meio grandalhona, tivemos que fazer algumas adaptações mas ela coube.

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No dia seguinte paramos no Canal de Corinto ou Korinthos para reencontrarmos o casal Dani e Léo, e seguirmos pedalando com eles. O canal de Korinthos é um canal que liga o golfo de Corinto com o mar Egeu. Ele passa pelo istmo de Corinto, e separa a península do Peloponeso da parte principal da Grécia, e torna o Peloponeso efetivamente uma ilha. O canal possui 6,3 km de comprimento, e foi construído entre 1881 e 1893. Torna a locomoção de barcos pequenos na região mais fácil, uma vez que elas assim não precisam dar a volta em cerca de 400 km, em torno do Peloponeso. Porém, por ter apenas 21 metros de largura, é muito estreito para cargueiros internacionais. O canal é atualmente usado principalmente por barcos turísticos: 11 mil barcos navegam pelo canal anualmente. A primeira tentativa de construir um canal na região aconteceu no ano de 67, em uma tentativa realizada pelo imperador romano Nero, que ordenou a seis mil escravos escavarem a região usando pás. No ano seguinte, Nero morreu, e seu sucessor, Galba, abandonou o projeto, por ser caro demais.

O trecho entre o Canal de Corinto e a cidade de Kineta pedalamos com o casal de brasileiros Léo e Dani do @betterwaybr . Adoramos conhecê-los e acabamos nos tornando amigos. Eles são divertidos, alegres e bem humorados. No final do dia acampamos no mesmo lugar e foi ótimo para conversarmos bastante e trocarmos informações .

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Na manhã seguinte nos despedimos dos amigos ciclo viajantes, que ficariam por mais um dia no camping e seguimos sentido Atenas, mas ao invés de continuarmos pela movimentada estrada litorânea decidimos pegar um ferry boat baratinho até a Ilha de Salamina, cruzar ela toda e então chegarmos a Atenas.

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Esta é uma das maiores ilhas Gregas e também muito próxima de Atenas, então decidimos procurar um lugar para acampar selvagem nela antes de entrarmos na agitada capital grega. Pelo GPS e Google Satellite vimos que havia uma área verde poucos quilômetros após o desembarque do ferry, em uma região pouco habitada da ilha. Chegando lá haviam muitas árvores e encontramos um lugar tranquilo para colocar nossa barraca. Ventava bastante, mas a noite o vento acalmou. A noite foi bem tranquila.

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Entramos em Atenas pelas pequenas ruas em meio aos bairros e passando em uma delas escutamos: “Vocês são brasileiros?”, em português. Paramos a bicicleta e conhecemos a simpática e animada Rose, que nos convidou para tomar um café e conversou bastante com a gente. Ela vive na Grécia a mais de 30 anos e através dela conseguimos contactar outros brasileiros na Grécia, alguns destes nos convidaram para ficarmos na casa deles em outras cidades. Foi tudo muito inesperado e bom.

Na capital grega fomos hospedados pela simpática e animada Ariadni (warmshowers). Ela nos fez sentir em casa, nos deu várias dicas sobre a cidade, contou sobre suas viagens pela américa central e nos levou para uns lugares muito divertidos na noite ateniense. A Dani e o Léo do @betterwaybr também nos convidaram para um jantar no apartamento que eles alugaram por lá e ainda conseguimos nos despedir do simpático casal de cicloviajantes suiços Dani e Milan, que depois foram pedalar na Australia. Esse pessoal especial fez nossa estadia por lá mais divertida e alegre.

Atenas respira história, é cheia de lugares bonitos e interessantes para visitar, tem mercados cheios de coisas pitorescas e uma vida noturna alegre. Adoramos passear pelas suas ruas e encontrar construções de civilizações milenares pelos caminhos. Claro que como toda grande cidade em um país com crise econômica, apresenta suas mazelas. Nas regiões mais afastadas do centro histórico vimos muita pixação, lixo nas ruas, pessoas se drogando em plena luz do dia e moradores de rua. Torcemos para que o país se recupere e melhore as condições destas pessoas mais carentes que estão por lá.

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Visitamos o museu arqueológico em Atenas. É enorme e levamos umas 2 horas para passear por ele todo. Nesta obra de arte, a única legenda que consegui pensar na hora foi: “Pan! Tira a mão daí! Não vou mostrar nada pra você e se continuar puxando vai levar uma chinelada!”.

Saímos de Atenas indo pelas ruas menores e quando chegamos a região periférica entramos em uma estrada secundária. No pequeno vilarejo de Polidendri, cerca de 40 km de Atenas, fomos hospedados pelos irmãos George, Niko e sua mãe Kiki, através do aplicativo warmshowers. Eles foram super hospitaleiros e como o clima estava chuvoso, ficamos por 2 dias lá. Além deles serem muito animados e divertidos, era tanta comida deliciosa que prepararam para nós que quase continuamos a viagem rolando e não pedalando. Foi uma super experiência cultural e gastronômica.

Encontramos um lago enorme no mapa, Iliki, e perguntamos ao warmshowers que nos hospedou em Polydendri, George, se este lago era bonito e ele recomendou que acampássemos por lá. Foi ótima a dica, o lugar era super bonito e tranquilo. Passamos uma tarde com direito a banho de rio e belas paisagens e uma noite bem silenciosa.

Acordamos cedo em frente a linda lagoa Iliki, desmontamos acampamento e continuamos seguindo pelo litoral grego, desta vez as margens do Mar Egeu. Paramos para acampar em um pequenos vilarejo do litoral grego, Mikrovivos. Havia um camping no local, mas estava fechada com o final da temporada de férias, montamos nossa barraca na frente do acampamento, sobre a areia da praia. Encontramos umas conchas gigantescas, pena que estavam vazias, senão o jantar seria macarrão aos frutos do mar, bem carnudo. As 01:55 da madrugada acordamos com o chão tremendo e levamos o maior susto, o tremor durou cerca de 10 segundos. Quando passou ficamos com medo de um Tsunami, uma vez que estávamos na praia. Ficamos cerca de 1 hora prestando atenção no mar, como nada mudou, ficamos mais tranquilos e decidimos dormir novamente. Na manhã seguinte pesquisando na internet vimos que um terremoto de 6.5 graus na escala Hichter havia atingido o outro lado do continente e o que nos sentimos foi um terremoto de 5.0 na escala Hichter.

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No caminho para a cidade de Lamía, passamos por um sítio histórico muito importante para os gregos, Termópilas. Este monumento representa uma batalha muito importante que ocorreu a muito tempo atrás.  Termópilas (do grego Θερμοπύλαι, transl.thermopylai, “portas quentes”; em demóticomoderno Θερμοπύλες, transl. thermopyles) é um lugar na Grécia, onde existia uma passagem costeira estreita na antiguidade. Seu nome deriva de suas fontes sulfurosas.Os Portões Quentes são “o local de nascentes de águas quentes” e na mitologia grega era uma das entradas cavernosas para o Hades.
Um exército aliado formado por aproximadamente 7 000 homens marchou ao norte para bloquear a passagem no verão de 480 a.C. O exército persa, que, segundo estimativas modernas seria composto por 300 000 homens, chegou a passagem no final de agosto ou início de setembro. Em um número bem menor, os gregos detiveram o avanço persa durante sete dias no total (incluindo três de batalha). Durante dois dias repletos de batalha uma pequena força liderada por Leônidas bloqueou a única maneira que o imenso exército persa poderia usar para entrar na Grécia. Após o segundo dia de batalha, um residente local chamado Efialtes traiu os gregos, mostrando aos invasores um pequeno caminho que podiam utilizar para acessar a parte traseira das linhas gregas. Sabendo que suas linhas seriam ultrapassadas, Leônidas descartou a maior parte do exército grego, permanecendo para proteger a sua retirada, juntamente com 300 espartanos, 700 téspios, 400 tebanos e talvez algumas centenas de soldados, porém a maioria dos quais morreram em batalha.
Escritores antigos e modernos têm utilizado a Batalha das Termópilas como um exemplo do poder que um exército patriótico pode exercer defendendo seu próprio solo com um pequeno grupo de combatentes. O comportamento dos defensores na batalha também é usado como um exemplo nas vantagens do treinamento, do equipamento e bom uso da terra como multiplicadores de força de um exército, tornando-se um símbolo de coragem contra as adversidades.

Na cidade de Lamía fomos carinhosamente acolhidos pela Luciana (brasileira), seu marido Adonis (grego) e o o filho deles, o pequenino e animado Constatino. Eles nos encontraram pelo facebook e sabendo de nossa passagem pela Grécia, nos convidaram para ficar na casa deles. Eles foram muito hospitaleiros e nos sentimos em casa. Nos levaram para passear e preparam comidas deliciosas para nós, vamos sentir saudades.

Flavinha ensaiando uns passos de danças gregas em Lamía, 😊 oooopa!

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Visitamos ainda, levados pelo Adonis nosso anfitrião, a cidade de Gorgopotamos e sua pontehistórica ferroviária hoje reconstruída, foi destruída durante a segunda guerra mundial (Operação Harling). Esta missão foi realizada em conjunto entre os gregos e ingleses com o intuito de interromper o transporte de mantimentos nazistas.

Na sequência fomos novamente para a região mais litorânea e paramos para trocar um pneu furado, encontramos um ciclo turista grego que estava terminando sua viagem, era o último dia de viagem dele, a namorada veio acompanhando dirigindo o carro dela. Aproveitamos para papear um pouco e tirar algumas dúvidas sobre nosso trajeto. Depois de nos despedirmos fui procurar um warmashowers nas redondezas e encontrei um na cidade de Achillion e após ele aceitar o pedido seguimos para lá.

No vilarejo grego litorâneo de Achillion fomos recebidos por uma simpática família através do aplicativo warmshowers. O sr Theo e a sra Efie nos receberam com muita hospitalidade, prepararam um jantar delicioso e nos ensinaram várias coisas sobre a Grécia. O filho deles, Vasilis, não estava no momento mas nos contactou por telefone e arranjou que ficássemos com os pais. Dividimos ainda esta noite com uma simpática ciclo viajante alemã, a Jana. Foi um prazer conhecê-los. São as pessoas que conhecemos durante nossa viagem que a tornam ainda mais especial. A cidade era pequena e com uma paisagem muito bonita.

Antes de sairmos na manhã seguinte enfrentamos uma pequena escadaria, mas nada que um pouco de paciência não resolvesse.

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Pedalamos até próximo a cidade de Aerino e mais uma vez acampamos tranquilamente em uma plantação de oliveiras. Desta vez estávamos na temporada das azeitonas e as árvores estavam carregadas pela Grécia. No Brasil não encontramos este tipo de plantação. Vimos muitas no Marrocos, depois Espanha, França, Itália e em todo o Balcans. Já que estavam ali com cara de suculentas decidimos provar algumas nas nossas andanças pela Grécia, mal sabíamos que não são comestíveis assim, devendo passar por um processo de permanecerem em água salgada por meses para então se tornarem comestíveis. Foi uma mastigada e uma cuspida, um gosto amargo e azedo horrível, foi assim que aprendemos um pouco mais sobre estas plantas incríveis. Acordamos cedo e enquanto desarmávamos o acampamento encontramos um “novo amigo”. Desta vez foi algo mais fofinho que escorpiões, aranhas e lacraias. Foi um mini ratinho bonitinho, na verdade um mussaranho.

Chegamos então a outra cidade um pouco maior, Larissa, onde fomos recebidos pelo Athanasios, que contactamos através do aplicativo Couchsurfing. Ele era super animado e hospitaleiro. Por ele sairíamos todas as noites, mas logo entendeu que quando caia a noite, os nossos faróis abaixavam e os “velhinhos” aqui queriam dormir, hehehe. Com ele tivemos boas conversas e ele nos contou o amor que sente pelo Brasil desde que esteve lá em suas férias passadas. Ele ainda nos emprestou o carro dele para que pudéssemos ir até Meteora. Nosso período do visto para a Zona de Schengen estava chegando ao fim depois de tanto tempo pedalando pela Grécia, então pedalar até o sítio histórico de Meteora estava fora de cogitação.

Na Grécia todos falavam que deveríamos ir a meteora, mas para isso deveríamos fazer um grande desvio e nosso prazo na zona de Schengen estava acabando. Então aconteceu mais uma vez uma das coisas inexplicáveis de nossa viagem. O nosso anfitrião pelo couchsurfing, Athanasios, nos falou também que deveríamos ir a Meteora e que como ele não usaria o carro, era para pegarmos o carro dele e irmos até lá (90 km) enquanto ele trabalhava. Era uma oportunidade única, eu estava com a carteira de motorista vencida, mas peguei o carro dele emprestado e fomos conhecer essa maravilha da natureza, que foi enfeitada por construções humanas, belos monastérios ortodoxos construídos sobre rochas colossais para fugir da invasão do império otomano séculos atrás. Um lugar mágico, que consideramos o lugar mais incrível que visitamos no país.

Metéora (em grego: Μετέωρα, “meio do céu”) é um dos maiores e mais importantes complexos de mosteiros do Cristianismo Oriental, superado apenas pelo Monte Atos. Os seis mosteiros foram construídos sobre pilares de rocha de arenito, na região noroeste da planície da Tessália, próximo ao rio Peneu e às montanhas Pindo, na Grécia central. A cidade mais próxima é Kalabáka. Apesar de ser desconhecida a data de fundação de Metéora, crê-se que os primeiros eremitas se estabeleceram em cavernas no século XI. No final deste e início do século XII, formou-se um estado monástico rudimentar centrado à volta da Igreja de Teótoco (mãe de Deus, que ainda hoje existe). Os mongeseremitas, procurando um refúgio seguro à ocupação otomana, encontraram nos rochedos inacessíveis de Meteora um refúgio ideal. Foram construídos mais de 20 mosteiros, mas hoje em dia existem apenas 6.

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Pegar trem com bicicleta as vezes é complicado, com uma tandem carregada é bem mais trabalhoso. Nosso prazo na zona de Schengen estava no limite e tivemos que pegar um trem de Larissa a Thessaloniki e depois seguir pedalando por mais 70 km para conseguirmos sair da Grécia dentro do prazo. Entramos no trem e logo nossa bicicleta enorme atravancou toda a passagem. Foi então que surgiram dois velhinhos, um querendo ajudar e outro mais rabugento querendo que tirássemos a bicicleta dalí pois o atrapalhava. Os velhinhos falavam em grego com a gente e brigavam entre eles. No final das contas os dois velhinhos desembarcaram algumas estações antes de nós e conseguimos seguir a viagem mais tranquilos.

Desembarcamos uma estação antes da cidade de Thessaloniki, em Sindos, pois estava mais tranquilo. 11 horas da manhã e ainda com 70 km da fronteira, mas não tínhamos outra saída, uma vez que nosso visto estava no limite.  Por sorte este trecho foi relativamente plano e com estradas tranquilas. No final da tarde cruzamos a fronteira entre a Grécia e Macedônia no último dia do visto e escapamos de problemas ou possíveis multas. Adoramos viajar de bicicleta pela Grécia, os 30 dias que passamos neste país de belas praias, cidades históricas, gente boníssima e romãs gigantescas foram muito divertidos.

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