Foi uma ótima decisão voar da Ásia Central para o Sudeste Asiático, estávamos precisando de mais tropicalidade, variedade gastronômica e ficar um tempo em países onde estão mais acostumados com turístas. Comentamos mais sobre as razões que nos fizeram pular alguns trechos e voarmos para o Sudeste Asiático NESTE POST.
Que saudades que estávamos de uns frutos do mar. Mal chegamos, esfomeados depois do vôo, e fomos começar nossa orgia culinária no sudeste asiático 😊. Aqui os preços das comidas nos restaurantes simples são bem acessíveis e tem muitas opções. Em Hanoi ficamos hospedados em um quarto de hotel próximo ao centro. Pagamos cerca de 12 dólares por dia o quarto, com café da manhã. Precisávamos ficar alguns dias parados lá para resolvermos várias coisas e achamos que talvez fosse tempo demais para ficar na casa de um anfitrião, então nem buscamos hospedagens solidárias.
Nosso roteiro pelo Vietnam não foi tão longo, fizemos o e-visa online quando estávamos no Quirguistão e pagamos 26 USD por pessoa para estadia de 30 dias no país (No momento que escrevo este post brasileiros precisam de visto). A extensão do visto é mais burocrática e cara do que pensamos, na época o preço seria de 120 USD por pessoa para extender por mais 30 dias, o que explodiria nosso orçamento, então nos programamos para aproveitarmos o máximo da região onde estávamos e não fazer de norte a sul na correria em apenas 30 dias, o país é longo. Pedalamos por cerca de 630 km no Vietnam e visitamos lugares muito interessantes até nossa saída por uma fronteira pequena com o Laos, Cao Treo Border Pass.
Nossa chegada no Sudeste Asiático foi cheio de mudanças. A variedade de opções e riqueza gastronômica é incrível por aqui, começamos a sentir muito mais calor com o clima quente e úmido, a quantidade de pessoas e “motinhas” por todos os lados aumentou bastante…e claro, já tivemos nossos corações fisgados por esta parte do mundo. Acho que esta foto diz muita coisa, olhem a alegria que estamos com nossos “capacetes” novos pelo sudeste asiático. Que comecem as aventuras por estas terras de idioma impronunciável para nós hehehe… ” Chào mừng bạn đến viet nam” (Bem vindos ao Vietnam).
Ficamos 6 dias na cidade de Hanoi e foi muito bom. A cidade é muito viva, cheia de cores, sabores e lugares interessantes para visitar. Logo nos contagiamos com a agitação vietnamita e entramos no clima, sem contar a culinária local que foi amor a primeira mordida, hehehe. Compramos as peças novas para a bicicleta, algumas roupas de verão e substituimos alguns equipamentos de camping que estavam estragados e furados.
A capital do Vietnã, é conhecida pela arquitetura centenária e pela rica cultura com influências da China, da França e do Sudeste Asiático. No centro da cidade, fica o caótico Bairro Antigo (onde nós ficamos), com ruas estreitas que são organizadas mais ou menos por tipo de comércio. Há muitos templos pequenos, como o Bach Ma, que homenageia um cavalo lendário, além do mercado Đồng Xuân, que vende artigos domésticos e comida de rua.
Voltando a infância.
Em Hanoi fomos conferir um teatro de bonecos de madeira sobre a água. Trata-se de uma tradição que data em torno do século XI, originada em vilarejos do Delta do Rio Vermelho, na área norte do Vietnam. Atualmente a peça é uma variante única desta tradição.
O show tem cerca de 50 minutos e nos fez voltar a infância. A mistura da musica tradicional, das luzes, do colorido das roupas dos músicos, a voz das narradoras, o barulho da água e a “vida” dos bonequinhos criou todo um clima ludico cativante que nos deixou vidrados.
A peça conta a história e lendas da região. É tudo em vietnamita, mas conseguimos captar um pouco das histórias.
Guerras.
O povo vietnamita tem uma longa história de guerras e dominações por parte de outros povos, vizinhos e que vieram de outros continentes.
E esta história, como todas as que tratam de guerras, é muito triste e até hoje é lembrada em museus e as mais recentes delas ainda estão muito presentes na memórias deste povo. O que lemos sobre o assunto e vimos em alguns museus nos deixou muito tristes. Entramos neste museus e lemos sobre estes assuntos pois queremos entender mais sobre o passado destes países pelos quais passamos, o passado sempre explica muito bem o presente. Mas sempre ficamos tristes com a história, com as atrocidades que o ser humano consegue fazer contra ele mesmo. O povo vietnamita sobreviveu a tudo isso, bravamente e é um povo alegre e hospitaleiro. Quanto mais fronteiras imaginárias cruzamos e mais pessoas conhecemos, as guerras são mais e mais inconcebíveis para nós.
O Budismo é a religião dominante no país, embora estima-se que a maior parte deste grupo não é praticante ativo da religião.
Este foi nosso primeiro contato com um país de maioria budista, cheio de templos, imagens do Buda e outras simbologias desta religião presentes por todos os lados.
Os templos são bonitos e coloridos e gostamos de visitar alguns deles. Descobrimos também, que assim como outras religiões, o budismo apresenta várias vertentes. No Vietnam, a tradição predominante é a Mahayana.
Encontros dos caminhos.
Da cidade de Hanoi já havíamos preparado nosso roteiro, saindo sentido sul para a cidade de Ninh Binh, passano antes por Halong City, mas como o rumo da nossa viagem é livre e muda mais de caminho que charrete de cigano, desta vez não foi diferente. Por uma sorte do destino, estávamos ainda em Hanoi quando recebi a mensagem de um amigo que nos segue pelo Instagram, o Diogo. Ficamos na casa do pai dele na cidade de Auriflama (Brasil) no segundo dia de nossa viagem. Na mensagem ele passava o contato da irmã dele que morava na cidade de Hai Phong, cerca de 100 km de Hanoi. Falamos com ela (Paula) e foi então que tivemos mais sorte ainda, o marido dela (Edson) estava chegando em um vôo vindo da Alemanha no dia que iríamos fazer nosso check-out do hotel em Hanoi. Resumindo, tiramos a bicicleta da caixa para ela ficar menor e fomos encontrar com ele, pegando uma carona até a cidade de Hai Phong. Foi perfeito, pois sair pedalando da movimentada Hanoi seria estressante e difícil. Fomos hospedados por este hospitaleiro casal, que nos deu dicas, preparou um quarto confortável para nós e nos convidou para uma festa de casamento, ou seja, a partir deste momento, nosso roteiro começou a mudar e foi ótimo.
De Haiphong pegamos um transporte até o porto próximo de Halong City, onde fizemos um passeio de barco pela Baía de Halong. Os passeios são bem turísticos e tem os preços salgados, então optamos por pegar o mais barato possível, com 4 horas, almoço incluso, remar um pedacinho com caiaque e visitar a maior caverna da região (ficou 35 USD por pessoa). A beleza do lugar, que é patrimônio da Unesco, impressiona. O barco vai passando entre as centenas de ilhas e faz duas paradas. Tivemos muita sorte, o dia estava lindo, deixando as paisagens mais deslumbrantes ainda.
A Baía de Ha Long ou Baía de Alongues (em português:”Onde o Dragão entra no Oceano”), com cerca de 1.969 ilhotas de calcário que se elevam das águas, é a mais conhecida baía do Vietname. A maior parte das ilhas não está habitada nem afectada pela presença humana. A beleza cénica do sítio é complementada pelo seu interesse biológico. As ilhas tem um número infinito de praias, grutas e cavernas. De acordo com a lenda, quando um grande dragão que vivia nas montanhas correu até ao mar, a sua cauda cavou vales que mais tarde foram enchidos com água, deixando apenas pedaços de terra à superfície, ou seja, as inúmeras ilhas que se avistam na baía. A Baía de Ha Long foi declarada Património Mundial da UNESCO em 1993.
Começamos oficialmente nossas pedaladas pelo Sudeste Asiático partindo da casa de nossos anfitriões em Hai Phong, os brasileiros Paula e Edson. Adoramos a proteção solar oferecida pelos chapéus típicos da região e o colorido das roupas. Entramos no clima tropical e é assim que estamos viajando de bicicleta por aqui. Prendemos o chápeu típico sobre nossos capacetes usando bracadeiras. As camisas são super confortáveis e abrindo os botões deixam um ventinhp bom passar.
De Hai Phong miramos a ilha de Cat Ba. A bicicleta esta mais leve do que na Ásia Central (sem boa parte dos equipos pesados de inverno).
De Hai Phong a Ilha de Cat Ba a estrada é bem tranquila de pedalar e depois há um ferry boat que atravessa um estreito curtinho, cerca de 20 minutos apenas e pagamos 12000 Dongs Vietnamitas por pessoa (cerca de 50 centavos de dolar).
Ficamos 3 noites na Ilha de Cat Ba. Apesar de pequenina, ela tem lugares lindos e interessante para visitar. O centrinho é cheio de vida e apresenta restaurantes e um mercado municipal onde se vendem muitos frutos do mar dos mais diferentea tipos, coisas que nem imaginávamos que alguém comeria. Há trilhas e belas praias para conhecer. Ficamos em um hostel mais afastado do centro, cerca de 2,5 km, mas nada que 30 minutos de caminhada não resolvesse, afinal por 6 USD o quarto com café da manhã estava um preço bom. De lá saem passeios mais baratos para Halong Bay também, mas já havíamos feito quando pensávamos que não visitaríamos esta ilha. Os planos mudam como as marés por lá hehehe.
Cat Ba “O nome histórico chamado Cac Ba” significa “Ilha das Mulheres” (Cac significa tudo e Ba significa mulheres). Diz a lenda que, há muitos séculos, três mulheres da dinastia Tran foram mortas e seus corpos flutuaram até a ilha de Cat Ba. Cada corpo apareceu em uma praia diferente e os três foram encontrados pelos pescadores locais. Os moradores de Cat Ba construíram um templo para cada mulher, e a ilha logo ficou conhecida como Cat Ba. É a maior ilha da Baía e aproximadamente metade de sua área é coberta por um Parque Nacional, que abriga o Cat Ba langur, altamente ameaçado de extinção. A ilha possui uma grande variedade de ecossistemas naturais, tanto marinhos quanto terrestres, levando a taxas incrivelmente altas de biodiversidade. Os tipos de habitats naturais encontrados no Arquipélago Cat Ba incluem karsts de calcário, florestas tropicais de calcário, recifes de coral, manguezais e capim-mar, lagoas, praias, cavernas e florestas de salgueiros.
A Ilha Cat Ba é uma das únicas ilhas povoadas da Baía de Ha Long, com cerca de 13.000 habitantes vivendo em seis comunas diferentes e mais 4.000 habitantes vivendo em aldeias piscatórias flutuantes ao largo da costa.
Em 2004, o Arquipélago de Cat Ba foi declarado Área de Reserva da Biosfera para Homem e UNESCO, a fim de proteger os múltiplos ecossistemas terrestres e aquáticos, bem como a diversidade de vida vegetal e animal encontrada na Ilha.
A Ilha Cat Ba enfrenta inúmeros problemas ambientais. Aumentos no turismo e desenvolvimentos recentes ameaçam a integridade ecológica e a biodiversidade da ilha, reduzindo e fragmentando o habitat natural das inúmeras espécies de Cat Ba. Caça ilegal, caça furtiva, pesca excessiva e poluição da água na Baía de Ha Long continuam ameaçando a saúde ecológica da ilha.
A última vez que bebemos caldo de cana foi no Brasil. Esta deliciosa bebida tropical é adorada por nós. Desde que começamos a pedalar no Vietnam, bebemos todos os dias. É refrescante, altamente energética e encontramos em todos os lugares pelas estradas. Os preços variam entre 5 a 10 mil dongs vietnamitas (entre 1 a 2 reais o copão).
Churrasco brasileiro no Vietnam.
Voltamos de Cat Ba para a cidade de Hai Phong para irmos com os amigos brasileiros Paula e Edson a um casamento, chegamos um dia antes e para nossa surpresa fomos convidados por eles para irmos a um aniversário com direiro a churrasco e corte de carnes estilo brasileiro! Ficamos muito felizes e nossa barriga mais ainda hehehehe.
Uma galera de brasileiros muito divertida que vive no Vietnam.
Festa de casamento no Vietnam, a quarta festa de casamento que vamos durante nossa viagem. Tem algumas coisas que aconteceram durante este nosso tempo de estrada que não imaginamos ser possível. “Qual a chance de ir a um casamento no Vietnam?” Bom, estando lá já aumentaram nossas chances, mas mesmo assim, foi muita sorte.
Parabéns aos noivos Trang e Hieu! Muito obrigado aos amigos e anfitriões na cidade de Hai Phong, os queridos Edson e Paula, por estenderem o convite a nós.
Já falamos isso muitas vezes, passamos por muitos lugares diferentes, experimentamos comidas e bebidas deliciosas, vimos muitos por do sol… mas o que mais nos marca durante a viagem e que fazem ela valer a pena são as pessoas que conhecemos durante o caminho, a interação e o aprendizado que temos com elas. Na cidade de Hai Phong fomos hospedados vários dias por esta bela família: Edson, Paula e os filhos Iris e Hugo. Eles foram muito hospitaleiros e nos ajudaram bastante. Pudemos montar nossa bicicleta com calma, descansar e ainda graças a eles fomos em festa de aniversário e casamento. Foram momentos muito especiais para nós dos quais nunca vamos nos esquecer. Muito obrigado pelo acolhimento meus queridos.
Búfalos.
Vimos muitos búfalos no Vietnam, principalmente nas estradas menores que cortam áreas rurais. O clima por aqui é bem quente e é comum ver os búfalos se refrescando nos rios e lagos. A aparência saudável dos animais nos chamou a atenção por aqui. Búfalos, bois e vacas tem uma couro bonito com pelo brilhante e são bem fortes e as vezes gordinhos. Não vimos nenhum animal cheio de moscas e carrapatos ao redor, como em outros países pelos quais passamos.
Assim são os cemitérios no Vietnam. Achamos eles super bonitos e alegres (por mais estranho que isso possa parecer). Os túmulos tem a aparência de mini templos budistas e muitas vezes estão em meio a natureza ou arrozais por exemplo.
Parada para reabastecimento em um supermercado. No Vietnam os mini mercados estão por todos os lados, já super e hipermercados são mais difíceis de encontrar, principalmente em pequenas cidades. Os preços são mais evidentes nos supermercados, o que torna tudo mais fácil.
Hospedagens no Vietnam.
Diferentemente da Ásia Central, no Vietnam não é permitido acampar selvagem (muitas pessoas o fazem), o país é bem povoado, com muitas áreas alagadiças e é possível encontrar alojamentos bem baratos. Há principalmente 3 tipos de hospedagens por aqui: hotéis, “nha nghih” (motel) e hosteis ou homestays. Já ficamos nos 3 tipos (sempre buscamos a opção com melhor custo benefício). Os hoteis mais baratos tem preço médio em torno de 10 USD por quarto (ac, wifi e banheiro no quarto), nha nghih em média 6 a 8 USD o quarto (mais simples, as vezes sem água quente) e os homestays ou hosteis com preços em torno de 6 a 10 USD por quarto privado dependendo da localização. Neste dia ficamos em um homestay próximo ao sítio turístico de Trang Anh (5 km) e ficamos em um hostel chamado The Goat, por 7 USD por dia por um bom quarto, com direito a café da manhã (encontramos pelo Booking.com). Fora de temporada (outono) tudo fica mais tranquilo por estes lados.
Próximo a Ninh Binh, Vietnam, existe uma área de preservação chamada Trang Anh, que é patrimônio da Unesco. O Complexo de Paisagens Tràng An é uma área próxima à Ninh Bình, Vietnam famosa por seus passeios de barco em cavernas.
O Complexo inclui as cidades de Hoa Lu, Tam Cốc-Bích Động, e o Templo Bai Dinh. Hoa Lu foi uma antiga capital do Vietnam, estabelecida entre os Séculos X e XI. Tràng An foi incluído na lista de patrimônio Mundial da UNESCO por “revelar traços arqueológicos da atividade humana por um perídio contínuo de mais de 30.000 anos. As cavernas ilustram a ocupação das montanhas por caçadores sazonais e como eles se adaptavam às mudanças climáticas e ambientais, especialmente com as repetidas inundações pelo mar após a última era do gelo”. O passeio da barco entre estas belas paisagens vale muito a pena, só não pode esquecer o chapéu pois o sol é muito forte. Foi super legal pedalar até lá, tudo planinho e cheio de natureza muito viva ao redor. Deixamos a “minhoca” estacionada e fomos fazer um passeio de barco (8 USD por pessoa). O passeio tem duração de 2 horas e passamos dentro de tuneis naturais, cavernas, ao lado de vários templos e sobre águas calmas e cristalinas. Tudo muito lindo.
É quente e úmido, mesmo no outono dos sudeste asiático ficamos ensopados no final do dia, mas adoramos pedalar com estas paisagens tropicais verdinhas ao nosso redor. (Vinh Loc, Vietnam).
Bai Dinh Pagoda, Vietnam.
No caminho para Vinh Loc, por estradas menores, passamos pelo templo Budista de Bai Dinh, o maior do Vietnam, e fomos fazer uma visita. A entrada é gratuita, pagamos apenas o estacionamento para deixarmos nossa bike (0,50 USD). O lugar é bem cuidado e a altura da Pagoda é impressionante, mas o que mais gostamos foi o jardim, com as plantas podadas estilo aquelas plantas de filmes de ficção em outros planetas hehehe…
Vimos pelo GPS que havia um ponto turístico próximo a nossa rota, os portais da Cidade Imperial de Ho e fizemos um desvio para visitá-lo. Quando chegamos lá, o que resta apenas são 4 portais como este na foto, o restante são arrozais. O local é patrimônio da Unesco, mas achamos a natureza e a vida interiorana ao redor mais interessante.
“Cachorro quente”. Sabemos que é cultural, mas uma coisa nos deixou um pouco tristes no Vietnam, lá eles comem o “verdadeiro cachorro quente”. Esta foto tiramos na garagem de um Nha Nghi (hotel de baixo custo) no qual ficamos uma noite na pequena cidade de Vinh Loc, no lado esquerdo da foto, dentro da pequena e apertada gaiola esta uma cadelinha que em breve irá virar refeição. A gaiolinha ao lado estava vazia, então os dias dela estão contados. Nas estradas é comum ver placas escritas “Thit Chó” (carne de cachorro). Além disso vimos um caminhão com centenas destas gaiolas lotadas de cães passando em uma das estradas. Segundo algumas pessoas que conversamos, a população jovem tem comido cada vez menos cachorros no país. Mesmo sabendo que é uma questão cultural, quando víamos estas gaiolas dava uma tristeza.
Hospitalidade vietnamita.
Na cidade de Thanh Hoa fomos recebidos pelos amigos Qynh e Tu, que fazem parte do CouchSurfing.com . Eles foram super hospitaleiros e mesmo super atarefados (a Qynh trabalha em 2 empregos e o Tu faz faculdade em período integral), eles se revezavam e no tempo livre deles nos mostravam a cidade, passeavam conosco de motinhos e pudemos preparar jantar juntos, conhecemos outros amigos deles e fomos com eles em lugares onde os locais comem. Eles nos contaram melhor sobre a história, curiosidades, cultura e tradições do Vietnam. Conversamos bastante e dividimos momentos inesquecíveis juntos. Mais uma vez, tivemos sorte de encontrar pessoas locais e termos um pouco mais de imersão cultural neste país. “Kam on my friends”.
Caramujos.
Desde Hanoi estávamos curiosos em comem alguns caramujos que víamos pessoas preparando nas ruas. Na região praiana de Thanh Hoa, nossa anfitrião Qynh nos levou para provarmos umas “lesminha” hehehe.
Este tipo é cozido e bem temperado. A casca é comprida, como fundo quebrado. É chupar igual canudinho e o bichinho é devorado. Estava um pouco apimentado demais para o nosso paladar, mas adoramos provar estes caramujinhos.
Provamos e gostamos do café vietnamita, principalmente a versão gelada (colocar gelo após o preparo) e adoçado com leite condensado.
Ele é preparado com neste pequeno filtro que vai sobre o copo e o ideal é esperar com calma ele coar e ir papeando. Ele fica com um sabor forte e encorpado.
A Flavinha encontrou um filtrinho destes no supermercado e comprou para fazermos café nas nossas acampadas, ela cansou de fazer café coado na meia hehehehe.
Mais uma das muitas delícias da culinária vietnamita.
Provamos e adoramos o “Bánh Tráng Cuôn Thit Heo”… Só sei desse nome pois tirei uma foto da placa no restaurante pra ler depois, hihihi.
Resumindo, é um enroladinho feito com uma folha finíssima e uma grossa de arroz, recheado com folhas de vários tipos, carne de porco com a pele tostadinha, noodles e um molho bem gostoso. Comemos até a última folhinha 😊.
Visitamos também em Tan Hoa, um dos mercados matinais, cheios de comidas, roupas, acessórios e carnes e é claro muitas frutas: jacas, bananas, pomelos, laranjas, mamões, maracujás, etc…
Estávamos com saudades dos trópicos 😊❤.
Sem sombra de dúvidas até agora o Vietnam foi o país onde vimos mais motinhas por todos os lados. Achamos ao mesmo tempo divertido, exótico e algumas vezes desagradável (buzinam demais e ocupam as calçadas). Mas claro que fomos dar umas voltinhas nelas também em Tam Hoa.
O trânsito no Vietnam é intenso e nas grandes cidades um pouco caótico. A impressão que tivemos foi que por lá vale a lei do mais forte no trânsito e motinhas e bicicletas estão lá embaixo na lista da selva urbana. As buzinas são muito frequentes e irritantes depois de um tempo. Algumas vezes eles buzinam para avisar que estão passando, mas muitas vezes sentimos aquela buzinada do tipo “sai da frente porque eu estou passando”, mas tudo bem, logo nos adaptamos ao estilo e não tivemos problemas em viajar de bicicleta pelo país.
Saímos de Tan Hoa sentido Quynh Thien e depois Vinh. Neste caminho completamos 22 mil quilômetros pedalados. Na cidade de Vinh não encontramos muitos atrativos, mas ficamos duas noites, compramos umas guloseimas em um supermercado grande, fomos nos correios, trocamos dinheiro para entrarmos no Laos e demos umas voltas a pé pela cidade.
Nosso visto de 30 dias no Vietnam estava acabando e para estendê-lo custaria 120 USD por pessoa, muito fora do nosso orçamento, então infelizmente era chegada a hora de dizer tchau para este país que gostamos bastante (somente a quantidade de motinhas e buzinas que não gostamos, hehehehe). Da cidade de Vinh pegamos estradas menores em direção ao Laos, caminhando para dentro do continente o tráfego diminui e as plantações de arroz envolvem as estradas.
Pegamos um passo de fronteira bem montanhoso, após 30 km de subida, com os últimos 10 km bem inclinados passando por lindas paisagens tropicais, entramos no Laos. Que venham novas descobertas 😊!